sábado, março 29, 2008

TELEFONICES (4ª PARTE)

Não, não adianta você procurar a 3ª parte dos posts sobre Telefonices aqui neste blog. Acontece que os dois primeiros foram reposts do meu primeiro EEEPA, e o terceiro ainda se encontra lá. Se tiver paciência para esperar, em breve eu reposto aqui. Se não estiver, então só resta passear lá pelo meu antigo endereço, onde ainda se encontram os arquivos dos primórdios de meus tempos de blogueira. Já falei sobre meu antigo celular. Sobre o primeiro telefone lá de casa, quando eu era criança. Sobre as ligações de trote que levávamos. Em outra ocasião, apesar de não ter nomeado o tópico de "Telefonice", narrei a perda de meu celular.

Mas a vida continua, e o assunto sempre rende novos posts.

A história abaixo começa depois de eu solicitar uma mudança de linha para a Telesp. Motivo? A dona antiga da linha havia dado um golpe na praça e volta e meia recebíamos telefonemas de ameaça, aqui em casa. O procedimento seria simples: você ligava para a Telesp. Solicitava a mudança. Após alguns dias, um atendente te retornava a ligação para avisar quando o número da linha seria trocado e qual seria o seu número novo. Mas é claro que, já que Murphy sempre impera nessas horas, tivemos dois probleminhas técnicos nessa mudança que me obrigaram a ligar pra Telesp pleno sábado de manhã...

- Telesp, bom dia. Em que podemos estar ajudando?
- Bom dia. Eu solicitei uma troca de linha. A mudança era pra acontecer na quinta-feira, só foi feita hoje, e ninguém consegue ligar pra cá. Nem no número antigo, nem no novo. Vocês poderiam verificar o que está acontecendo, por favor?
- Um minuto... qual o nome completo do assinante?
Informei o nome do Vagner.
- Qual o antigo número da linha?
Informei o antigo número da linha.
- Qual o novo número da linha?
- E eu vou saber, minha filha???? Se é justamente por isso que eu liguei!!! Sei que o número que DEVERIA SER esse (disse o número), mas foi feita a mudança e ninguém consegue me achar! Você poderia me informar se o número está certo, por favor???
- Desculpe, mas não vou poder estar informando esse número.
- Como não????????
- Não vou poder estar informando porque a pessoa que ligou solicitando essa mudança pediu para não estar informando esse número.
- Sim, mas a pessoa que ligou solicitando essa mudança fui eu!
- Mas nós não podemos estar informando, você vai ter que estar ligando na segunda-feira para o nosso número de informações para estar solicitando que estejam te enviando essa informação.
- PÉRA... então VOCÊS mudam a minha linha num SÁBADO, sendo que era pra ser durante a semana, mudam para um número que EU NÃO SEI QUAL É e me informam que só daqui a DOIS DIAS eu posso descobrir qual é o número da minha linha, porque vocês não podem me informar já que EU MESMA solicitei que não era pra informar pra ninguém??? É ISSO?????
- Sim, infelizmente eu não vou estar podendo fazer nada.
- NÃO VAI ESTAR PODENDO FAZER NADA PORRA NENHUMA!!!! PORQUE SE ESTIVER ACONTECENDO DE EU NÃO ESTAR RECEBENDO ALGUMA LIGAÇÃO DE EMERGÊNCIA PORQUE NINGUÉM SABE O NÚMERO DO MEU PRÓPRIO TELEFONE, EU VOU ESTAR PROCESSANDO VOCÊS!!!!!!!
- Ah, um minuto, que vou estar tentando passar para outro departamento.
Passam-se alguns minutos. E volta uma voz de homem:
- Pois não?
- Olha, é o seguinte: eu gostaria de descobrir qual o telefone da minha própria casa, porque vocês não querem me informar, já que solicitei que o número não constasse da lista, ele era assim (disse o número) e me foi informado que seria mudado para esse... - comecei a dizer o número novo e fui interrompida:
- Ah, é aí que está errado. Não é 44, é 48...

Argh... problema resolvido? Não. Porque, após finalmente descobrir o número novo aqui de casa, ainda restava ligar para toda a minha lista de amigos e parentes para avisar. Ah, eu não sabia ainda, mas COMO fazia falta não existir internet para simplesmente mandar um e-mail...

E quanto à linha nova???? Bem... continua no próximo post.

UPDATE DE 31/03 (respondendo ao comentário da Luma): essa história descrita acima aconteceu em 1900 pré-celulares e identificadores de chamada. Portanto, só dependendo da Telesp, que nem privatizada tinha sido ainda...

sexta-feira, março 14, 2008

MOMENTO FOTOGRÁFICO DA FAMÍLIA EEEPA...

OOOOOOOOH NÃÃÃO!!!! O PEIXINHO MORREU?????
... NÃÃÃÃO... ELE SÓ ESTÁ DORMINDO!!!

Afinal, em casa de doidos até os peixes têm que ser bizarros... E assim, apresento vocês ao Eddie Fish, nosso Botia Palhaço que, além de gostar de dar uma morridinha na hora de dormir, também tem como passatempo enterrar caracóis na areia para depois comer...

sábado, março 08, 2008

MULHERES DA MINHA FAMÍLIA

Tia Lucília. Irmã de meu bisavô. Esquisita toda a vida, chegava na casa dos outros dizendo: "Estou chegando, mas já estou indo embora. Posso tomar um pouco da sua água?" A bolsa ficava sempre debaixo do seu braço, "para não ter perigo de alguém roubar". E sempre com a etiqueta da loja, porque afinal ela nunca sabia se um dia iria devolver a bolsa ou não. Tia Lucília, nascida ainda no século XIX, se formou professora, em uma época em que poucas mulheres estudavam. E sempre esteve disposta a custear os estudos dos parentes que não tinham condições financeiras para tal.

A história da minha família é toda assim, formada de mulheres excêntricas e ao mesmo tempo de fibra. As que foram donas-de-casa, sempre deram retarguada para que a família pudesse crescer, como a minha bisavó Carolina que, apesar de analfabeta (meu trisavô italiano não a deixou aprender a ler para não ter perigo de receber carta de amor), criou muito bem os seus seis filhos, incluindo a minha avó Amélia, que sempre cuidou da administração da casa de meu avô e cantava que Amélia era mulher de verdade. Ou a minha bisavó Núncia, que ajudou a segurar a família quando o marido perdeu toda a fortuna das fazendas de café. Bisavó dos santinhos, tinha um para cada filho, e uma Nossa Senhora que ficou gasta de tanto ser rezada na revolução de 32, quando os três filhos homens foram lutar. Todos voltaram. Essa minha bisavó uma vez deu uma bronca na mamãe por causa de sua minissaia. Segundo ela, estava muito comprida, onde já se viu usar saia na altura do joelho se todo mundo usava mais curta? Ou ainda a minha avó Lucy, de todas a mulher mais organizada que eu vi na vida, que às dez da manhã já estava com a casa toda arrumada e de batom na boca. Ela foi a avó dos provérbios, como "Quem usa, cuida" ou "se você só tiver que falar mal de alguém, então não fale!"

Minha mãe é um capítulo a parte. Eterna moleca, que nos faz rir a qualquer momento. Mulher que para pensar precisa falar antes e troca tudo. Que, quando o meu pai precisou de ajuda, trocou a profissão que exercia pela contabilidade, e aos quase 40 anos voltou pra escola para se formar contadora. Para fazer dupla com ela, só mesmo a minha sogra, Gil, que veio da Bahia aos 16 anos e conseguiu sustentar os três filhos costurando pra fora. Fala o que está pensando, e é dona de uma gargalhada única, que consegue desbancar até a da minha mãe. E, contrariando clichês sobre sogras de filhos, as duas se deram sempre muito bem.

Essas são algumas mulheres que fizeram de mim e de minhas filhas o que somos hoje. Mulheres brasileiras, que lutaram e ainda lutam por um futuro melhor. No dia de hoje, nesse movimento pela valorização da mulher brasileira, o meu primeiro pensamento é para elas...

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O EEEPA hoje está participando do MEME "Pela valorização da Mulher Brasileira", tema proposto pela Meire e pela Lys. Também estarei participando no meu outro blog, o "Cantorias".