quinta-feira, abril 28, 2011

VANESSA E A DIFERENÇA

- Mãe, sabe que eu acabei de fazer a diferença?
- Acabou de fazer a diferença? Como assim, Nê?
- Ah, é que estava passando um comercial daqueles programas chatos lá do canal da Disney, e eles estavam falando que nós precisamos fazer a diferença, economizando energia.
- E...???
- Então, eu fiz a diferença, mãe: economizei energia desligando a TV e agora vou ler um livro!

domingo, abril 24, 2011

DIÁLOGOS QUE SÓ ACONTECEM NA MINHA FAMÍLIA...

Conversa entre os meus pais hoje, na hora do almoço. O papai, em época de Imposto de Renda, tem que viajar toda hora pra São Paulo. Dependendo dos clientes que ele vai atender, ou dorme na casa do meu irmão ou na minha. Desta vez, o "acampamento" ficou por conta do Adri. E a mamãe já foi perguntando pro papai:

- Benhê, você quer que eu separe iogurte e bolo pra você comer amanhã lá na casa do Adri?
- Eu não! Tomo café quando voltar pra cá, no Frango Assado.
- Mas você não quer levar mesmo?
- Ah! Se eu levar, vai se juntar com a coleção de iogurtes abertos na casa do seu filho (nessas horas meu irmão sempre vira filho só da mamãe). Aliás, acho que ele está esperando que você vá dormir por lá. Ou, pelo menos, a pia dele está.
- Por que, a pia está cheia de louça?
- Está. Acho que não tem um prato limpo, se quando ele tinha tempo não lavava a louça, agora que não tem piorou. Aliás, acho que vou aproveitar e trazer o lixo dele pra cá, amanhã.
- Poxa, é mesmo, boa ideia! Aliás, falando nisso, você pode aproveitar e levar o nosso lixo pra escola...

Antes que alguém pergunte: o meu irmão separa todo o seu lixo pra reciclagem. Só que nunca consegue levar para um posto, então quando o papai vai dormir na casa dele aproveita pra voltar com ele e deixa em uma escola que tem perto do sítio, onde o pessoal separa e vende. O mesmo é feito com o lixo da casa dos meus pais, o que acabou gerando o diálogo de hoje. E, claro, depois de darmos risada com a ideia do lixo dos meus pais indo estudar, uma das meninas ainda complementou:

- Sabem como é, né? Lixo que vai pra escola fica inteligente e se recicla...

sábado, abril 16, 2011

A LARANJINHA AMIGA

Sim esse era o nome do brinquedo. Laranjinha Amiga. Clássico dos anos setenta, era muito comum entre as meninas da época e é claro que eu era doida para ter um!!! E a minha Laranjinha Amiga finalmente veio, não lembro bem se num aniversário ou no Natal. Eu tinha uns cinco anos, na época.

Graças ao google, consegui achar uma ilustração da Laranjinha Amiga em um blog muito bacana chamado Retromotoca. Linda, não é? Você tirava a tampa em forma de folha da cabeça da Laranjinha Amiga e colocava suco lá dentro, e o suco saía de uma torneirinha em seu tronco. Não consigo lembrar onde que apertava para sair o suco, acho que era na prórpia torneira.

Enfim, como vocês podem ver, a nossa Laranja Amiga nada mais era do que uma espécie de filtro de água sem filtro, um brinquedo altamente "divertido". A mamãe de vez em quando me deixava servir suco nela, para ela não entrar em falência, em geral me permitia usar para tomar água. E, assim, eu enchia a minha Laranjinha e quando tinha sede tomava água num dos copinhos que vinha junto com ela.

Uma tarde, na mamãe precisou levar meu irmão ao médico e pediu pra uma tia-avó minha, que morava lá perto, pra tomar conta de mim. Tia Dinguinha era prestativa, um amor, mas não sabia brincar com crianças. Assim, ela acabou dormindo no sofá e me sobrou a companhia da minha Laranja Amiga. Eu conversava com ela e tomava um copinho d'água. Conversava mais um pouco e tomava outro copo. Acabou a água, eu enchi o reservatório. E, aí, se deu o desastre: olhei para a mesa, vi que estava molhada. A torneira da minha Laranja Amiga estava vazando, pingava... pingava... e pingava... O que fazer??? A cabeça da minha Laranja estava lotada de água, a torneira não parava de vazar, ia inudar tudo. A minha tia estava lá até roncando, e eu sem coragem de acordá-la. Tive, então, uma ideia que achei brilhante. E, num ato de esperteza e heroísmo completos, coloquei o copinho debaixo da torneira e fui tomando toda a água, até esvaziar tudo. Mais de um litro, tomado em mais ou menos uns quinze minutos, copinho atrás de copinho. Quando minha tia acordou eu estava lá, com a mesa seca, a Laranja seca, a minha barriga cheia e eu com água saindo até pelos olhos. O resto do dia eu praticamente morei no banheiro, até conseguir eliminar aquela água toda.

Pior que não teve jeito. A torneira continuou com o seu vazamento e, com isso, o papel da minha Laranjinha Amiga foi enfeitar, toda sorridente, a prateleira do meu quarto, durante vários anos de sua vida. E, diga-se de passagem, com torneira vazando ou não, depois da minha "aventura", nunca mais tive coragem de servir "suco" na minha Laranja...

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Só para terminar. Na minha pesquisa atrás da fonte de onde tirei a foto ilustrativa deste post, fui parar no site do Motoca. Lá, entre outras coisas, há uma página obrigatória para aqueles da geração 70/80, com jogo de memória, brincadeira interativa do pequeno construtor e quiz sobre os anos 80. Para quem quiser conferir, o endereço é este aqui: http://retromotoca.wordpress.com

quinta-feira, abril 07, 2011

PONTUALIDADE QUASE BRITÂNICA

Entre tantos casos contados em nossa família, com certeza um dos que sabemos de cor foi o do casamento dos meus pais. A noiva, que sempre odiou chegar atrasada em qualquer lugar, apareceu meia hora antes. E teve que esperar o noivo, que chegou meia hora atrasado. Perguntaram à mamãe se ela não sentiu medo de o papai ter fugido do altar na última hora e ela respondeu: "Eu não! Se em cinco anos entre namoro e noivado ele SEMPRE chegou atrasado, por que hoje ele ia agir diferente?"

Lá em casa, eu puxei a pontualidade da mamãe. O meu irmão... bem... consta que, no dia de seu nascimento, ele teria enrolado a obstetra porque esqueceu o cordão umbilical na barriga da mamãe e, com isso, só veio ao mundo uma hora depois do previsto. Sério. O Adriano consegue ser pior do que o papai no que se refere a pontualidade mas, ao contrário dele, o meu irmão, por mais que se atrase, parece que SEMPRE consegue chegar onde precisa. Até em exame de convênio, onde se tem 15 minutos de tolerância, ele consegue se atrasar 40 e mesmo assim ser atendido. Por isso mesmo, o Adriano é completamente desencanado.

Agora, o mais engraçado MESMO é quando ele depende do papai para ir a algum lugar. Porque nessa hora parece que o Senhor J.F. resolve ser pontual e ele fica pra lá de nervoso com o meu irmão. E, quanto mais o papai briga, mais o Adri fica "zen" quanto ao atraso. Ele se lembra de um telefonema importante que precisa fazer, um e-mail que não enviou, algo que se esqueceu de separar. E, quanto mais ele enrola, mais o pai vai bufando e soltando fumacinha pelos ouvidos. Completamente hilariante, para quem está de fora.

Pois bem. O sonho do meu irmão sempre foi conhecer Londres. Ele arrumou um emprego legal em uma empresa de publicidade, o que lhe permitiria juntar dinheiro para a viagem. De quebra, ainda combinou com os meus pais que não ganharia presente nos aniversários e Natais futuros e o valor economizado serviria para custear as passagens de ida e volta na classe econômica, claro. Guardou dinheiro durante uns três anos. A viagem tão sonhada duraria todo o mês de férias, a estadia seria em casa de amigos. O plano, para o dia da viagem, era assim:

7h00- acordar;
8h00- checar se não havia nada faltando nas malas (preparadas na véspera);
11h00- tomar banho /fazer a barba /se arrumar;
12h00- almoçar;
13h00- sair de casa para chegar em Cumbica uma hora antes do check-in;
14h00- fazer o check-in e curtir um pouco a família antes de se despedir e seguir viagem.

Era um plano perfeito. Mas, como no mundo do meu irmão nada funciona dessa forma, ele virou a madrugada terminando um texto que o amigo ilustraria para apresentar como conclusão de faculdade. Virou a noite nisso, e tudo se acumulou. Eu, nessa época, trabalhava com os meus pais. Fui ao escritório com o papai e a mamãe ficou em casa, para tentar que o Adri não perdesse a hora. Voltamos no horário combinado para o almoço, e o papai chegou perguntando:

- O Adriano já está pronto?
- Não -respondeu a mamãe -ele ainda nem fez as malas.
- AH!!! NÃO ACREDITO!!!

E, com o senhor J.F. começando a ficar bravo, o plano de viagem indo por água abaixo, o que acabou acontecendo foi o seguinte:

12h00- almoçamos papai, mamãe e eu. O Adri comeu em frente ao computador, ele estava terminando o texto;
13h00- meu irmão me chama. Precisava que eu revisasse o tal texto, enquanto ele tomava banho e se trocava. As malas, no final das contas, quem arrumou foi a mamãe.
14h00- terminei de revisar o texto (eram 40 páginas, no final das contas). O meu irmão precisava mandar por e-mail. Deu um pau no PC, teve que reiniciar. Nessa altura, o meu pai já estava espumando.
14h30- finalmente descemos pra garagem. Colocamos a bagagem no carro e saímos. O papai se lembrou que precisava abastecer, perdemos mais 15 minutos no posto de gasolina.
14h45- J.F., já nervoso, resolve pegar um atalho pelo centro de São Paulo para ir pro aeroporto de Guarulhos. Pegamos um baita congestionamento.
15h45- Chegamos em Guarulhos, com 45 minutos de atraso para o check-in. O voo estava marcado para as 16h00. Milagrosamente quase não havia fila, mas o Adri ainda precisava registrar a máquina fotográfica na Polícia Federal. Era do outro lado do aeroporto.
16h00- hora do voo. O papai e o meu irmão estavam na Polícia Federal registrando a máquina. O funcionário ligou para o balcão da British Airways, avisando que havia um passageiro com eles e que por favor segurassem o avião;
16h15- máquina devidamente registrada, corremos todo o aeroporto outra vez;
16h22- uma funcionária da British Airways veio ao nosso encontro, catou o Adriano pela mão e o levou pelo saguão de embarque, Não deu tempo de nos despedirmos dele.
16h25- vimos o avião começar a taxiar e decolar, e voltamos pra São Paulo. O papai, de ressaca após todo o nervoso, caiu de cama e só levantou no dia seguinte.

E foi assim que o meu irmão, com sua falta de pontualidade, conseguiu atrasar a saída de um avião britânico. E, com um último detalhe: não sei se o santo do Adriano que é forte ou se os ingleses acharam que ele era importante pelo fato da Polícia Federal ter pedido para que o esperassem, mas o fato é que só após o avião ter decolado é que, estranhando o conforto de sua poltrona, o meu maninho se deu conta de que o colocaram para viajar na primeira classe!

Nem preciso dizer que, após todo o nervoso que o papai passou para colocar o filho no avião, essa informação foi suficiente para deixá-lo xingando por uma semana seguida...

segunda-feira, abril 04, 2011

REGIONALISMOS...

Hoje eu pretendia contar sobre o meu irmão. Só que, na minha leitura matinal de blogs, dei com um texto delicioso da minha nova amiga Mariazita e a coisa acabou me levando para outros caminhos. Meu maninho vai ter que se conformar em aparecer na próxima postagem, pois desta vez vou falar sobre outro assunto.

Sempre fui fascinada por diferenças de linguagem. Acho que desde que tive a minha primeira amiga de escola, importada de Lisboa para cá. Tínhamos altas discussões sobre o que era certo: se era "abrir e fechar a luz", como ela dizia, ou "acender e apagar", como eu dizia. Se o certo era "chapéu" ou "guarda-chuva". Foram discussões que tivemos até ela voltar para Portugal, ainda criança, e que retomarmos trinta anos depois, já esclerolescentes, quando nos reencontramos nesta internet: desta vez, demos altas risadas quando demorei a entender que a "mulher a dias" que ia à casa dela é a mesma coisa que a "empregada diarista" daqui.

Eu já sabia que havia essa diferença enorme nos termos falados por aqui e os da nossa "terra-mãe". Mas  mesmo dentro deste Brasilzão vemos uma diferença enorme de termos, dependendo da região. Vou tomar por exemplo a caseira dos meus pais: nascida e criada no interior de Santa Catarina, onde houve muita influência alemã e também italiana, ela fala um português com um sotaque que eu adoro. Bem humorada, ela conta que a neta, nascida e criada em São Paulo, diz que "a Vó fala engraçado". Pois bem, lá no sítio não comemos pão e sim o "pon" que ela faz. Maravilhoso, por sinal. Acho que se fosse somente "pão" não seria tão gostoso.

Certa vez, ela nos contou que, logo que veio pra São Paulo, foi trabalhar em casa de família chique. Daquelas em que as refeições são servidas em vários pratos, coisa fina mesmo. E, certa vez, o patrão pediu que se servisse mexerica de sobremesa. Que desespero! Ela voltou à cozinha, olhou... olhou... e não descobriu o que era a tal mexerica. Cheia de vergonha, e já pedindo desculpas, voltou à sala de jantar e explicou que não sabia que fruta era aquela que eles gostariam de comer e que, se eles a descrevessem, talvez ela conseguisse encontrar. O patrão explicou:
- Mexerica é aquela fruta cor-de-laranja, sabe? Uma que você tira a casca com as mãos e come os gomos?
- AAAAAAAH!!! O senhor quer dizer Bergamota???
Pois é. E com isso, nós aprendemos que, quando formos para o Sul, só comeremos bergamota.

Mas o caso mais divertido dessa diferença de linguagens foi contado pela minha sogra. Nascida na Bahia, ela veio para cá aos 16 anos e poucas vezes voltou à sua terra natal. Em uma dessas viagens, deixou os irmãos roxos de vergonha, quando saiu pra passear na roça e voltou reclamando que a calça estava "cheia de picão". Ela se referia àquele mato que solta espinhos na roupa da gente mas, por lá, a palavra se referia a outra coisa... como direi... assim meio não recomendada para blogs familiares. Passada a vergonha geral, ficou mais uma anedota a ser contada aos risos em nossa família.

Desejo uma ótima semana a todos vocês e prometo voltar ao meu irmão no próximo post!

sexta-feira, abril 01, 2011

JULIANA ATACA NOVAMENTE...

Sim, ela anda inspirada. Ou melhor: inspirada a Juliana sempre foi mas, por ser muito tímida, o humor dela era mais visual do que verbal, e aí ficava difícil eu reproduzir aqui no EEEPA. No início deste blog, quando ela era pequena, dividia em igualdade as pérolas com a Vanessa, mas depois ficou quieta e a nossa caçula reinou quase que sozinha por aqui durante uns tempos, com as suas frases de efeito.

Mas agora a coisa mudou um pouco: a Ju, no ano passado, resolveu fazer um curso de teatro e, com isso, parece que destravou a língua. E as nossas conversas têm sido geniais. Ontem, por exemplo, ela estava reclamando que levou nota sete na redação, apesar da professora de Português ter adorado o seu texto. Perguntei se não houve ponto descontado por erro na ortografia, já que a Juliana ainda não se adaptou às mudanças (eu também não, diga-se de passagem). Ela disse que talvez, mas depois explicou porque ainda se confunde:

- Sabe qual é o problema? É que a promessa dos professores de nos ensinar a reforma ortográfica é igual à da escola de colocar papel higiênico nos banheiros: até hoje estamos esperando e não apareceu papel em lugar nenhum. Ou melhor: só no banheiro do teatro, mas o banheiro do teatro é LINDO, dá até vontade de morar lá dentro...

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EEEBA!!! PRESENTE!!!
Ganhei esse de outra Juju, futura jornalista que tem um blog lindo, o Felis Catus. Quem recebe este selo, precisa fazer duas coisas:

1- Indicar 15 blogs: vou fazer o mesmo que a Juju e indicar os 15 primeiros que comentarem por aqui.

2- Responder às perguntas: Nome? Luciana. Uma música? "Tocando em Frente", do Renato Teixeira e Almir Sater. Uma estação? Primavera (quando ainda existia estação bem definida aqui em São Paulo. Um seriado? Ih... assisto vários, mas indico House porque sou fãzaça assumida do Hugh Laurie". Frase ou palavra mais dito por você? "Mas, como eu ia dizendo...". O que achou do selo? Simpático!