quinta-feira, novembro 03, 2016

NA ÉPOCA DA ESCOLA...

Ontem à noitinha, numa pausa em meus trabalhos, fui checar as mensagens e descobri da partida, repentina e prematura, de um colega meu de escola. Nunca chegamos a ser próximos pelo único e exclusivo fato que eu, adolescente super tímida que vinha de 4 anos de uma turma só de mulheres, conseguir interagir com meninos mais ou menos como se fosse fazer contato com extraterrestres.

Mas achava o Sergio um cara muito legal. Era uma daquelas pessoas divertidas, inteligentes, que volta e meia aprontava as coisas mais engraçadas, e com a cara mais séria do mundo. Conseguia levar advertência por estar cacarejando em aula. Outra vez ficou distraindo um colega na janela da sala pelos primeiros 15 minutos de uma aula de Matemática, até o professor perceber e mandar os dois se sentarem. Fazia graça pelas costas dos professores mas quando o pegavam, assumia o que tinha feito. Com tudo isso, ainda conseguia ser nosso monitor de classe.

Um dia, nós tínhamos que fazer uma prova de Geografia. Nossa turma meio que era o "terror" daquele ano, e a professora não gostava muito de dar aula para a gente. Nós, adolescentes, também não tínhamos muita paciência com ela por ter sido professora de metade dos nossos professores. Fizemos a prova da Olga e foi tudo normal até o primeiro aluno terminar. Ele entregou a sua folha para a professora, foi abrir a porta para sair da sala, e...

- Professora, a porta não abre.
- Como não abre?
- A porta está trancada.
- Não, não pode estar trancada. Tentou virar a chave?
- Não dá, a chave sumiu.
- Como SUMIU?
- Não está aqui.
- Ah meu Deus.

Nisso o segundo aluno já havia terminado a prova:
- Professora, a porta está trancada mesmo.
- Então tenta chamar alguém pra abrir!

E começou um desespero geral: estávamos trancados na sala, SEM CHAVE, justo com a Olga, enquanto a Olga se desesperava por estar trancada JUSTO com a gente. Enquanto alguns alunos tentavam chamar a atenção de alguém do lado de fora, pelo vidro da porta, os que iam entregando as provas ficavam aglomerados em um canto. Foi uma confusão geral, que só terminou uns 15 minutos depois com um funcionário da escola abrindo a porta e nós levando um baita "sabão" do diretor do prédio, pois "é claro que isso TINHA que acontecer com o Básico G".

Depois que soubemos. O Sergio queria colar na prova. E, pra isso, bolou um plano: esperou alunos e professora entrarem na sala, disfarçadamente trancou a porta e jogou a chave pela janela. Conforme foi se armando a confusão, como ninguém prestava atenção em mais nada, ele conseguiu colar com toda a tranquilidade do mundo.

É, cara... você foi inesquecível. Obrigada pelos momentos em que, mesmo sem saber, me fez rir muito.

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